Ciência

Bitcoin versus Ouro: O Futuro das Reservas dos Bancos Centrais em 2030, Segundo o Deut Bank

Este artigo analisa as ideias apresentadas em um estudo do Deut Bank que avalia se o Bitcoin pode, junto com o ouro, figurar entre os ativos de reserva dos bancos centrais até 2030. O texto contextualiza a evolução das reservas internacionais, o papel histórico do ouro e as mudanças que levaram à volatilidade atual dos mercados, além de comparar o ouro com o Bitcoin como proteção de valor e possível ativo de reserva.

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Introdução

Este artigo analisa as ideias apresentadas em um estudo do Deut Bank que avalia se o Bitcoin pode, junto com o ouro, figurar entre os ativos de reserva dos bancos centrais até 2030. O texto contextualiza a evolução das reservas internacionais, o papel histórico do ouro e as mudanças que levaram à volatilidade atual dos mercados, além de comparar o ouro com o Bitcoin como proteção de valor e possível ativo de reserva.

Resumo

A narrativa histórica das reservas internacionais mostra que o ouro já foi a moeda de referência, com a conversibilidade direta até o início do século XX. Com o fim do padrão ouro e o abandono da paridade fixa, os ativos dos bancos centrais passaram a ter como função principal facilitar pagamentos globais, estabilizar moedas e servir como proteção contra choques geopolíticos. O dólar, hoje, domina as operações de comércio internacional e as reservas, com parte significativa dos compromissos dos governos endereçados em ativos de dívida pública dos EUA. Nesse cenário, o ouro perdeu momentaneamente protagonismo, mas voltou a ganhar relevância a partir de 2008, quando a expansão monetária provocou desconfiança em relação ao valor das moedas nacionais, impulsionando a busca por ativos com menor risco de contrapartida.

O estudo do Deut Bank destaca que o ouro funciona como um ativo de segurança, com aceitabilidade universal, robusto perante tensões geopolíticas e não emitido por nenhum ente específico. Paralelamente, surgem perspectivas para o Bitcoin, que compartilha com o ouro atributos como escassez, liquidez e ausência de contraparte, sem um emissor central. A comparação entre os dois ativos aponta que o Bitcoin pode seguir o caminho do ouro em termos de atribuição de valor, porém com a diferença de ser nativo digital, o que o torna particularmente compatível com a era da internet e com a crescente adoção institucional. A volatilidade, reconhece o paper, tende a diminuir com maior liquidez e adoção, algo que já ocorreu com movimentos históricos do ouro e que vem se repetindo no ecossistema do Bitcoin ao longo de 16 anos.

Segundo a análise, Bitcoin e ouro atuam como diversificadores complementares nos portfólios dos bancos centrais. Não se espera, no curto prazo, que nenhum deles substitua o dólar como ativo de reserva primário ou como meio de pagamento. Ainda assim, com o tempo, regulações mais claras e condições macroeconômicas favoráveis, é plausível que o Bitcoin seja incorporado de forma mais ampla aos estoques de reservas, especialmente como um ativo de reserva de valor e proteção contra choques. O texto ressalta, contudo, que esta trajetória depende de evoluções regulatórias, geopolíticas e de maturação do mercado, e que o Bitcoin, assim como o ouro, tende a competir pela atenção e pela função de reserva dos agentes econômicos.

Opinião e Análise

Concordo com a linha geral apresentada pelo Deut Bank: Bitcoin e ouro são ativos de reserva complementares que, juntos, podem oferecer diversificação e proteção em um ambiente de incerteza econômica. A visão de que o Bitcoin se consolidará como reserva de valor até 2030, sem necessariamente substituir o dólar no curto prazo, parece realista, especialmente diante de incertezas regulatórias e de mudanças macroeconômicas. Contudo, acredito que, à medida que a adoção regulatória amadurece e a percepção de valor do Bitcoin se fortalece, o papel da moeda digital pode ampliar seu peso relativo nas escolhas de reservas de alguns países, especialmente com a vantagem de ser um ativo descentralizado e menos sujeito a pressões fiscais ou políticas. Em resumo, o caminho do Bitcoin para se tornar parte relevante do conjunto de reservas depende de tempo, regulação e aceitação pública, mais do que de um simples movimento de mercado.

Insights e Pontos Fortes

  • Bitcoin e ouro como reservas centrais complementares: o artigo reforça que ambos podem atuar juntos na diversificação de portfólios de bancos centrais.
  • Redução esperada da volatilidade do Bitcoin: a propagação de uso e maior liquidez devem contribuir para menor volatilidade, alinhando-se a padrões históricos observados com o ouro ao longo do tempo.
  • Contexto histórico importante: revisitar Bretton Woods, o fim do padrão ouro e as crises de 2008/2020 ajuda a entender por que ativos considerados “apolíticos” ganham apelo como reserva de valor.
  • Papel do ouro como seguro em tempos de incerteza: mesmo com a era de liquidez abundante, o ouro retorna como ativo de proteção contra choques geopolíticos e crises monetárias.
  • Expectativa de adoção regulatória: o texto aponta que a evolução regulatória, condições macroeconômicas e o tempo são determinantes para a aceitação crescente do Bitcoin como reserva de valor, sem eliminar de imediato o dólar como ativo dominante.

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